Primeira Atividade - Dhenise Galvão

Pesquisa de teses que se aproximam do tema do meu projeto:


PAULA, Helga Maria Martins de. Aproximações entre o Direito Achado na Rua e o Teatro do Oprimido. 2018. 173 f. Tese (Doutorado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.

Orientador: José Geraldo de Sousa Junior
Disponível em <https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/32490/1/2018_HelgaMariaMartinsdePaula.pdf>

Pesquisa de teses que se aproximam do tema do meu projeto:

    Assim como o meu projeto, essa tese propõe o diálogo entre o Direito e o Teatro. Como referência utiliza os projetos Direito Achado na Rua (DAnR) e Teatro do Oprimido (T.O.), porém essa pesquisa propõem o pensamento do teatro como estratégia para o campo do Direito, acredito que no caso do meu projeto é o sentido contrário, o Direito como fundamento do teatro (em casos específicos).

    Meu orientador, Prof. Doutor Rafael Litvin Villas Bôas, participou da banca, seria mais um ponto interessante, uma vez que a pesquisa foi realizada no programa da pós em Direito.
Pelo sumário vê-se que é uma pesquisa bem aprofundada no campo da teoria teatral, inclusive com um tópico sobre a recepção de Brecht no Brasil. Meu projeto também se propõe olhar para a recepção (e repercussão?) do teatro político.

    Referências bibliográficas: vários livros de Direito com títulos que fogem ao lugar comum das referências de pesquisas jurídicas, a autora apresenta temas sobre Direito Alternativo, Direito como Obra Literária;
Sobre teatro: obra intensa de Boal, pouco Brecht (apenas estudos sobre teatro e poemas, são livros pequenos, compilados); teorias sobre Brecht, sobre grupos teatrais brechtianos que investem em questões políticas;
Livros de ciências políticas e marxismo.

    Particularmente me despertam curiosidade:
CRESWELL, John W. Pesquisa de métodos mistos. Tradução Magda França Lopes. 2ª edição. Porto Alegre: Penso, 2013.
COGGIOLA, Osvaldo. O poder e a glória: Crescimento e Crise no Capitalismo de Pós-Guerra (1945-2000). Porto Alegre: Editora Pradense, 2010;
DAVIS, ngela. Mulheres, cultura e política. São Paulo: Editora Boitempo, 2017;
GAMA, Marta. Arte e Direito começam a virar a página. In: Revista Constituição e Democracia. Brasília, UnB-SindjusDF. Outubro de 2006. p. 13;
MOTTA, Rodrigo Pato Sá; et al (org.). Comunistas brasileiros: cultura política e produção cultural. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2017;
VILLAS BÔAS, Rafael Litvin et al (org.). Teatro Político, Formação e Organização Social. Avanços, limites e desafios da experiência dos anos 1960 ao tempo presente. Universidade de Brasília/Faculdade UnB Planaltina/Escola Nacional Florestan Fernandes PPG/ Mader/Curso Residência Agrária. São Paulo: Outras Expressões, 2015;
____. Teatro Político e questão agrária: 1955-1965: contradições, avanços e impasses de um momento decisivo. 2009. Tese (Doutorado em Teoria Literária e Literaturas) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2009;
____. Teatro do Oprimido: da relação com a estratégia política aos riscos da mercantilização. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/tm/article/view/9756/7573.
E ainda vários livros sobre a teoria da decolonialidade e performances - Catherine Walsh, Anial Quijano e Walter Mignolo são alguns dos autores que tenho visto repetidamente em várias disciplinas e textos.

    Percebo que me interesso mais pelo conteúdo mais recente, produzido na última década e por autores brasileiros.

Observações do prof Marcus: 

Diálogo "transhistórico" (não conheço esse conceito, vou pesquisar) - observar que pessoal do Direito fazia teatro e montaram algumas peças.

Direito acompanha hermeneutização do Direito - observar que Direito tem perspectiva positivista ...

Que dá mais dinheiro eu ri... aiaia

Problemas das traduções de Brecht. Temos melhores traduções francesas.

- Tenho material do Brecht em espanhol, bem interessante, consegui com prof Sara Rojo, tbm já estudei alguns textos em alemão (estudei cadinho de alemão)


***

SILVA, Ricardo César Gomes da. Processo Colaborativo em diálogo com o Teatro Político e suas Estéticas na construção do espetáculo “Alvo”. 2020. 100 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Arte)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.

Orientador: Rafael Litvin Villas Bôas
Disponível em <
https://repositorio.unb.br/handle/10482/39741>

    Primeiramente, Ricardo César foi meu amigo de faculdade, grande amigo, talvez até mais que amigo, ele foi fundamental no meu interesse pelo universo político, foi quem me convidou para participar do DCE, para participar dos movimentos e lutas pela LDB — Lei 9.394/1996, me levou para diversas manifestações, me colocou para estudar Brecht - junto com os colegas do DCE Dulcina fizemos um caminho que me deslocou do meu conforto burguês, me fez enxergar muito além do mundo da vaidade que a vida teatral carrega.

    Então é uma grata surpresa me deparar com esse título de dissertação de mestrado, que inclusive, é orientada pelo mesmo orientador de meus estudos.

    Outro tópico importante nessa pesquisa é o estudo do processo de criação colaborativa que está presente nos processos das companhias teatrais que me propus estudar no projeto original, bem como é também uma estratégia que vim utilizando em todos os meus trabalhos teatrais dos últimos anos.

    Eu não vi o espetáculo Alvo, mas creio que deva ter algum registro e que valha a pena, além da leitura da dissertação, conhecer também a peça.

    Ricardo César apresenta em seu resumo os seguintes autores: Anatol Rosenfeld, Iná Camargo e Santiago Garcia. Esse panorama do teatro político no Brasil que aparece tanto no texto de Ricardo César, quando de Helga Paula também está desenvolvido na minha própria dissertação de mestrado, que vale a pena até mesmo me propor a fazer uma breve revisão sobre o que estudei e escrevi em 2007.

    Não estudei agitprop propriamente dito, que é mencionado ainda no resumo.o interesse em conhecer sua apresentação sobre o Espaço Semente e a periferia. Curiosamente me lembro de ter sido Ricardo César uma das primeiras pessoas a me tirar do Plano Piloto e me apresentar outros lugares, outras culturas, outras expressões em Brasília.

    De maneira geral, observo que é uma pesquisa que apresenta poucas citações, mas muitas referências e experiências.

    Das Referências Bibliográficas se destacam:
ALBERTO, Luís de Abreu. Processo Colaborativo: relato e reflexões sobre uma experiência de criação. Cadernos da ELT, número 2, junho, 2004.
ARAÚJO, Antônio. O processo colaborativo no Teatro da Vertigem. Sala Preta, número 6, pp. 127-133. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2238- 3867.v6i0p127-133. Acesso em 4 de outubro de 2019.
Dois autores que conheci quando fazia o Oficinão do Grupo Galpão, em 2003, em Belo Horizonte, que estavam muito presentes em nossos ensaios e discussões.
Abreu trabalhou em vários processos de construções dramatúrgicas com o Galpão, e orientou nossa equipe na dramaturgia de A Vida é Sonho (espetáculo do Oficinão do Galpão 2003, que participei).
Antônio Araújo também foi de forte influência para minha formação, seja pelo impacto que o Teatro da Vertigem e sua trilogia bíblica trouxe para meu universo, quanto pelos suportes aos nossos ensaios naquela época.
Novamente temos Boal, Iná Camargo Costa, Desgrandes, não tem Brecht, mas tem Piscator.
Fiquei interessada em COUTINHO, Marina Henriques. A favela como palco e personagem. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2012.
DE PAULA, Helga Maria Martins. Aproximações entre o direito achado na rua e o teatro do oprimido. Tese de Doutorado em Direito, Universidade de Brasília, Brasília, 2018. - acho que seria óbvio essa tese estar presente na pesquisa, elas realmente dialogam.

Dica: sair da alçada do orientador - "vaidade de um para imbecilidade de muitos". Mas eu nem conhecia meu orientador... escolhi essas teses para conhecê-lo mesmo.

Observação fundamental: planejar tempo de pesquisa. Eu fiz o planejamento no projeto bem amarrado, porém comecei a trabalhar 40 horas na Secretaria de Saúde, eu não esperava isso. Fiz um planejamento para uma pessoa que não estava trabalhando, agora terei que rever o planejamento.

Sobre a importância de ler a bibliografia primária, foi exatamente o que fiz durante o Mestrado.

Importante agora eu encontrar qual será minha bibliografia primária, uma vez que meu atual projeto não tem essa fonte primária, preciso apurar isso.

Gostei da expressão: "bibliografia sobre domínio conexo".

Vou voltar nas referências bibliográficas do meu projeto para averiguar se ali tem material para considerar como bibliografia primária. Isso ainda está confuso.


***
OLIVEIRA, Denivaldo Camargo de. O espaço da palhaçaria no gênero trágico: aplicações de procedimentos cômicos em Édipo Rei e suas implicações no trabalho do ator-palhaço. 2017. 208 f., il. Tese (Doutorado em Arte)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.

Orientação: Marcus Mota
Disponível em <
https://repositorio.unb.br/handle/10482/31470>

    Denis Camargo também foi parte da minha introdução à vida adulta, ao teatro, as noitadas, as boates… outro mundo. E naquele meu auge do entusiasmo com o teatro ele havia dirigido um espetáculo bastante “fora da casinha”, não, na verdade acontecia em uma casa. E como eu sempre gostei muito de espetáculos imersivos (começando pelo Olho da Fechadura, de Hugo Rodas; depois chegando a Alice Através do Espelho, do Armazém Cia de Teatro; e chegando à Trilogia Bíblica do Teatro da Vertígem e mais recentemente ao Sleep no More em NY - para destacar algumas das minhas experiências mais marcantes como espectadora).

    Seguindo adiante, me interessei pela tese também por ter encontrado recentemente Denis Camargo, e, na ocasião, ele me contou que foi orientado por Marcus Mota, com quem me disse ter muita afinidade (e eu acabava de passar pela tensa entrevista para ingressar no doutorado). Bem como pelo fato de esse exercício ter sido proposto por Marcus Mota, achei fundamental incluir uma tese de sua orientação em meus estudos.

    Outra questão importante, durante meu mestrado fui aluna da disciplina sobre Comicidade, mesmo professor Marcus Mota, e incluí em minha dissertação um capítulo dedicado à comicidade, considerando como uma tônica bastante presente em toda história do teatro político.

    Da tragédia grega minha maior afinidade se deu quando fui professora do primeiro ano do Ensino Médio no colégio Maristão, da 616 sul, em que precisei me aprofundar bastante na história e teoria do teatro grego - a peça estudada na época era Antígona, e para tanto, aproveitei aquele ano de 2015 para me aprofundar na Trilogia Tebana de Sófocles, o que certamente irá favorecer na leitura dessa tese.

    Das Referências Bibliográficas, destaco:
Clássicos já estudados como Artaud, Aristóteles, Bachelard, Walter Benjamin, Durkheim, Wolfgang Iser, Ubersfeld, Jaus (autores que aparecem na minha dissertação também), novamente Desgrandes, Rosenfeld.
Me atraem títulos como:
CASTRO, Angela de. A arte da Bobagem. Tradução: Laís Pimentel e Angela de Castro. Publicado por Angela de Castro & Co., London, 1997.
CASTRO, Alice Viveiros. O elogio da Bobagem – palhaços no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Editora Família Bastos, 2005.
O manual do palhaço Chacovachi que tive o prazer de conhecer em 2021, ano em que também conheci minha palhaça FONA.
Novamente, não temos Brecht, mas temos Meyerhold.
Vale também me dedicar a conhecer os sites, teses e revistas que estão citados nas referências bibliográficas. (Observei como ficou interessante separá-los. Vou procurar fazer isso também que não costumo fazer me meus trabalhos acadêmicos).

É muito agradável escutar professor falar sobre o mestrado e o doutorado ser para todos. Percebo que me falta leitura e conceitos. Creio que seja onde eu deva ir com mais potência.


***
    Irei incluir mais uma tese orientada por Marcus Mota nesse primeiro exercício que será:

TEIXEIRA JÚNIOR, Geraldo Martins. Dramaturgia, gestus e música: estudos sobre a colaboração de Bertolt Brecht, Kurt Weill e Hanns Eisler, entre 1927 e 1932. 2014. 255 f., il. Tese (Doutorado em Artes)—Universidade de Brasília, 2014.
Orientado também por Marcus Mota
Disponível em <
https://repositorio.unb.br/handle/10482/18099>

    Por trazer em seu título Brecht, Weill e Eisler, bem como a proposta de aprofundamento no gestus, creio que não tem como deixar passar esse estudo, mais pela ligação com meu estudo preliminar que propriamente pelo projeto do Doutorado, embora exista um eixo de conexão direto entre meu mestrado e o presente doutorado - o teatro político presente em ambos.

    Cabe destacar que participei da montagem de Mahagonny, dirigida por Hugo Rodas no início dos anos 2000, uma época bastante intensa na minha saga de atriz e que me levou a conhecer de maneira diferente tanto a obra de Brecht quanto de Kurt Weill, por quem me interessei profundamente. Observo ainda que nessa mesma época tive o prazer de conhecer Maria Alice Vergueiro em cena, cantando, interpretando, e na esfera privada e vida pessoal (por um breve momento bastante significativo).

    Sumário: obra brechtiana pelo viés musical e colaborativo. A tese inteira vai explorar de maneira aprofundada um dos aspectos mais fascinantes da obra brechtiana.

    Referências Bibliográficas:
    Será que o autor utilizou os Escritos sobre el Teatro? Não tem, uma pena. Tenho esse material e é enorme, consegui com a professora Sara Rojo, da UFMG em 2004, não sei como faço para compartilhá-lo. Mas é interessante que ele apresenta algumas obras em alemão em suas referências. Seria interessante ter o resumo também em alemão.

    Autores com quem dialogo: Barba, novamente Walter Benjamin (não conheço Understanding Brecht (1966). Verso (New Left Books), 2003.), Gerd Bornheim, Adorno mais uma vez, Carlson é um autor que aparece muito nas pesquisas dos meus alunos, Josette Féral apareceu nos meus estudos do mestrado, Paulo Freire também parece comum aos outros autores das teses anteriores; Iser mais uma vez - O Ato da Leitura, Jauss, Koudela, Psicator, Rosenfeld e muitos, muitos autores estrangeiros que não me despertaram interesse a princípio.

***
    Sobre a metodologia, parece que nenhum dos 4 autores se aprofundou em explicar como funciona sua metodologia de pesquisa.
    
    Ricardo César fala que fará uma pesquisa-ação; e Helga de Paula apresenta na bibliografia um livro sobre métodos quantitativos e qualitativos.

    A explicação sobre a metodologia aparece de forma indireta, pois é uma explicação de como foi realizado o estudo, a escrita, quais as bases de cada investigação. Ricardo César fala ainda no diário de bordo; Denis Camargo fala sobre uma pesquisa híbrida e desterritorializada, análise de espetáculo e abordagens variadas, além de revisão teórica; Helga de Paula aborda a crítica a partir de olhares da sociologia, análise e apresenta a trajetória de seus estudos e teorias; Geraldo Martins Teixeira Junior explica seu foco em "materialidade dos espetáculos" e na música (e no gestus). Não consegui compreender claramente qual metodologia ele utilizou, observo um trabalho organizado quase que como um catálogo dividido em fases e estudos dos desenvolvimentos brechtianos dentro de uma espécie de linha do tempo. De todos, achei a tese mais complexa, até mesmo por se aprofundar em linguagem musical e análise de partituras.

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