Primeira atividade

 A partir dos mecanismos de busca indicados, realizar sua pesquisa de teses e dissertações. Após, fazer uma seleção de três que mais lhe interessam e destacar: 


Roteiro a- forma de organização, distribuição das partes b- metodologia c- análise da bibliografia d- aspectos que considerar relevantes. Depois de realizar essa pesquisa bibliográfica, escrever uma postagem aqui no blog a partir do roteiro. Prazo: até dia 08 de dezembro.

Comentários

  1. Pesquisa de teses que se aproximam do tema do meu projeto:

    PAULA, Helga Maria Martins de. Aproximações entre o Direito Achado na Rua e o Teatro do Oprimido. 2018. 173 f. Tese (Doutorado em Direito)—Universidade de Brasília, Brasília, 2018.
    Orientador: José Geraldo de Sousa Junior
    Disponível em

    Assim como o meu projeto, essa tese propõe o diálogo entre o Direito e o Teatro. Como referência utiliza os projetos Direito Achado na Rua (DAnR) e Teatro do Oprimido (T.O.), porém essa pesquisa propõem o pensamento do teatro como estratégia para o campo do Direito, acredito que no caso do meu projeto é o sentido contrário, o Direito como fundamento do teatro (em casos específicos).

    Meu orientador, Prof. Doutor Rafael Litvin Villas Bôas, participou da banca, seria mais um ponto interessante, uma vez que a pesquisa foi realizada no programa da pós em Direito.
    Pelo sumário vê-se que é uma pesquisa bem aprofundada no campo da teoria teatral, inclusive com um tópico sobre a recepção de Brecht no Brasil. Meu projeto também se propõe olhar para a recepção (e repercussão?) do teatro político.

    Referências bibliográficas: vários livros de Direito com títulos que fogem ao lugar comum das referências de pesquisas jurídicas, a autora apresenta temas sobre Direito Alternativo, Direito como Obra Literária;
    Sobre teatro: obra intensa de Boal, pouco Brecht (apenas estudos sobre teatro e poemas, são livros pequenos, compilados); teorias sobre Brecht, sobre grupos teatrais brechtianos que investem em questões políticas;
    Livros de ciências políticas e marxismo.
    Particularmente me desperta curiosidade:
    CRESWELL, John W. Pesquisa de métodos mistos. Tradução Magda França Lopes. 2ª edição. Porto Alegre: Penso, 2013.
    COGGIOLA, Osvaldo. O poder e a glória: Crescimento e Crise no Capitalismo de Pós-Guerra (1945-2000). Porto Alegre: Editora Pradense, 2010;
    DAVIS, ngela. Mulheres, cultura e política. São Paulo: Editora Boitempo, 2017;
    GAMA, Marta. Arte e Direito começam a virar a página. In: Revista Constituição e Democracia. Brasília, UnB-SindjusDF. Outubro de 2006. p. 13;
    MOTTA, Rodrigo Pato Sá; et al (org.). Comunistas brasileiros: cultura política e produção cultural. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2017;
    VILLAS BÔAS, Rafael Litvin et al (org.). Teatro Político, Formação e Organização Social. Avanços, limites e desafios da experiência dos anos 1960 ao tempo presente. Universidade de Brasília/Faculdade UnB Planaltina/Escola Nacional Florestan Fernandes PPG/ Mader/Curso Residência Agrária. São Paulo: Outras Expressões, 2015;
    ____. Teatro Político e questão agrária: 1955-1965: contradições, avanços e impasses de um momento decisivo. 2009. Tese (Doutorado em Teoria Literária e Literaturas) – Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2009;
    ____. Teatro do Oprimido: da relação com a estratégia política aos riscos da mercantilização. Disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/tm/article/view/9756/7573.
    E ainda vários livros sobre a teoria da decolonialidade e performances - Catherine Walsh, Anial Quijano e Walter Mignolo são alguns dos autores que tenho visto repetidamente em várias disciplinas e textos.
    Percebo que me interesso mais pelo conteúdo mais recente, produzido na última década e por autores brasileiros.

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  2. ***
    SILVA, Ricardo César Gomes da. Processo Colaborativo em diálogo com o Teatro Político e suas Estéticas na construção do espetáculo “Alvo”. 2020. 100 f., il. Dissertação (Mestrado Profissional em Arte)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
    Orientador: Rafael Litvin Villas Bôas
    Disponível em

    Primeiramente, Ricardo César foi meu amigo de faculdade, grande amigo, talvez até mais que amigo, ele foi fundamental no meu interesse pelo universo político, foi quem me convidou para participar do DCE, para participar dos movimentos e lutas pela LDB — Lei 9.394/1996, me levou para diversas manifestações, me colocou para estudar Brecht - junto com os colegas do DCE Dulcina fizemos um caminho que me deslocou do meu conforto burguês, me fez enxergar muito além do mundo da vaidade que a vida teatral carrega.
    Então é uma grata surpresa me deparar com esse título de dissertação de mestrado, que inclusive, é orientada pelo mesmo orientador de meus estudos.
    Outro tópico importante nessa pesquisa é o estudo do processo de criação colaborativa que está presente nos processos das companhias teatrais que me propus estudar no projeto original, bem como é também uma estratégia que vim utilizando em todos os meus trabalhos teatrais dos últimos anos.
    Eu não vi o espetáculo Alvo, mas creio que deva ter algum registro e que valha a pena, além da leitura da dissertação, conhecer também a peça.
    Ricardo César apresenta em seu resumo os seguintes autores: Anatol Rosenfeld, Iná Camargo e Santiago Garcia. Esse panorama do teatro político no Brasil que aparece tanto no texto de Ricardo César, quando de Helga Paula também está desenvolvido na minha própria dissertação de mestrado, que vale a pena até mesmo me propor a fazer uma breve revisão sobre o que estudei e escrevi em 2007.
    Não estudei agitprop propriamente dito, que é mencionado ainda no resumo.o interesse em conhecer sua apresentação sobre o Espaço Semente e a periferia. Curiosamente me lembro de ter sido Ricardo César uma das primeiras pessoas a me tirar do Plano Piloto e me apresentar outros lugares, outras culturas, outras expressões em Brasília.
    De maneira geral, observo que é uma pesquisa que apresenta poucas citações, mas muitas referências e experiências.

    Das Referências Bibliográficas se destacam:
    ALBERTO, Luís de Abreu. Processo Colaborativo: relato e reflexões sobre uma experiência de criação. Cadernos da ELT, número 2, junho, 2004.
    ARAÚJO, Antônio. O processo colaborativo no Teatro da Vertigem. Sala Preta, número 6, pp. 127-133. Disponível em: https://doi.org/10.11606/issn.2238- 3867.v6i0p127-133. Acesso em 4 de outubro de 2019.
    Dois autores que conheci quando fazia o Oficinão do Grupo Galpão, em 2003, em Belo Horizonte, que estavam muito presentes em nossos ensaios e discussões.
    Abreu trabalhou em vários processos de construções dramatúrgicas com o Galpão, e orientou nossa equipe na dramaturgia de A Vida é Sonho (espetáculo do Oficinão do Galpão 2003, que participei).
    Antônio Araújo também foi de forte influência para minha formação, seja pelo impacto que o Teatro da Vertigem e sua trilogia bíblica trouxe para meu universo, quanto pelos suportes aos nossos ensaios naquela época.
    Novamente temos Boal, Iná Camargo Costa, Desgrandes, não tem Brecht, mas tem Piscator.
    Fiquei interessada em COUTINHO, Marina Henriques. A favela como palco e personagem. Rio de Janeiro: FAPERJ, 2012.
    DE PAULA, Helga Maria Martins. Aproximações entre o direito achado na rua e o teatro do oprimido. Tese de Doutorado em Direito, Universidade de Brasília, Brasília, 2018. - acho que seria óbvio essa tese estar presente na pesquisa, elas realmente dialogam.

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  3. ***
    OLIVEIRA, Denivaldo Camargo de. O espaço da palhaçaria no gênero trágico: aplicações de procedimentos cômicos em Édipo Rei e suas implicações no trabalho do ator-palhaço. 2017. 208 f., il. Tese (Doutorado em Arte)—Universidade de Brasília, Brasília, 2017.
    Orientação: Marcus Mota
    Disponível em

    Denis Camargo também foi parte da minha introdução à vida adulta, ao teatro, as noitadas, as boates… outro mundo. E naquele meu auge do entusiasmo com o teatro ele havia dirigido um espetáculo bastante “fora da casinha”, não, na verdade acontecia em uma casa. E como eu sempre gostei muito de espetáculos imersivos (começando pelo Olho da Fechadura, de Hugo Rodas; depois chegando a Alice Através do Espelho, do Armazém Cia de Teatro; e chegando à Trilogia Bíblica do Teatro da Vertígem e mais recentemente ao Sleep no More em NY - para destacar algumas das minhas experiências mais marcantes como espectadora).
    Seguindo adiante, me interessei pela tese também por ter encontrado recentemente Denis Camargo, e, na ocasião, ele me contou que foi orientado por Marcus Mota, com quem me disse ter muita afinidade (e eu acabava de passar pela tensa entrevista para ingressar no doutorado). Bem como pelo fato de esse exercício ter sido proposto por Marcus Mota, achei fundamental incluir uma tese de sua orientação em meus estudos.
    Outra questão importante, durante meu mestrado fui aluna da disciplina sobre Comicidade, mesmo professor Marcus Mota, e incluí em minha dissertação um capítulo dedicado à comicidade, considerando como uma tônica bastante presente em toda história do teatro político.
    Da tragédia grega minha maior afinidade se deu quando fui professora do primeiro ano do Ensino Médio no colégio Maristão, da 616 sul, em que precisei me aprofundar bastante na história e teoria do teatro grego - a peça estudada na época era Antígona, e para tanto, aproveitei aquele ano de 2015 para me aprofundar na Trilogia Tebana de Sófocles, o que certamente irá favorecer na leitura dessa tese.

    Das Referências Bibliográficas destaco:
    Clássicos já estudados como Artaud, Aristóteles, Bachelard, Walter Benjamin, Durkheim, Wolfgang Iser, Ubersfeld, Jaus (autores que aparecem na minha dissertação também), novamente Desgrandes, Rosenfeld.
    Me atraem títulos como:
    CASTRO, Angela de. A arte da Bobagem. Tradução: Laís Pimentel e Angela de Castro. Publicado por Angela de Castro & Co., London, 1997.
    CASTRO, Alice Viveiros. O elogio da Bobagem – palhaços no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Editora Família Bastos, 2005.
    O manual do palhaço Chacovachi que tive o prazer de conhecer em 2021, ano em que também conheci minha palhaça FONA.
    Novamente, não temos Brecht, mas temos Meyerhold.
    Vale também me dedicar a conhecer os sites, teses e revistas que estão citados nas referências bibliográficas. (Observei como ficou interessante separá-los. Vou procurar fazer isso também que não costumo fazer me meus trabalhos acadêmicos).

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  4. ***
    Na verdade, irei incluir mais uma tese orientada por Marcus Mota nesse primeiro exercício que será:
    TEIXEIRA JÚNIOR, Geraldo Martins. Dramaturgia, gestus e música: estudos sobre a colaboração de Bertolt Brecht, Kurt Weill e Hanns Eisler, entre 1927 e 1932. 2014. 255 f., il. Tese (Doutorado em Artes)—Universidade de Brasília, 2014.
    Orientado também por Marcus Mota
    Disponível em

    Por trazer em seu título Brecht, Weill e Eisler, bem como a proposta de aprofundamento no gestus, creio que não tem como deixar passar esse estudo, mais pela ligação com meu estudo preliminar que propriamente pelo projeto do Doutorado, embora exista um eixo de conexão direto entre meu mestrado e o presente doutorado - o teatro político presente em ambos.
    Cabe destacar que participei da montagem de Mahagonny, dirigida por Hugo Rodas no início dos anos 2000, uma época bastante intensa na minha saga de atriz e que me levou a conhecer de maneira diferente tanto a obra de Brecht quanto de Kurt Weill, por quem me interessei profundamente. Observo ainda que nessa mesma época tive o prazer de conhecer Maria Alice Vergueiro em cena, cantando, interpretando, e na esfera privada e vida pessoal (por um breve momento bastante significativo).

    Sumário: obra brechtiana pelo viés musical e colaborativo. A tese inteira vai explorar de maneira aprofundada um dos aspectos mais fascinantes da obra brechtiana.

    Referências Bibliográficas:
    Será que o autor utilizou os Escritos sobre el Teatro? Não tem, uma pena. Tenho esse material e é enorme, consegui com a professora Sara Rojo, da UFMG em 2004, não sei como faço para compartilhá-lo. Mas é interessante que ele apresenta algumas obras em alemão em suas referências. Seria interessante ter o resumo também em alemão.
    Autores com quem dialogo: Barba, novamente Walter Benjamin (não conheço Understanding Brecht (1966). Verso (New Left Books), 2003.), Gerd Bornheim, Adorno mais uma vez, Carlson é um autor que aparece muito nas pesquisas dos meus alunos, Josette Féral apareceu nos meus estudos do mestrado, Paulo Freire também parece comum aos outros autores das teses anteriores; Iser mais uma vez - O Ato da Leitura, Jauss, Koudela, Psicator, Rosenfeld e muitos, muitos autores estrangeiros que não me despertaram interesse a princípio.

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  5. Depois vou postar comentários sobre as partes a- forma de organização, distribuição das partes e b- metodologia.

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    1. Observei que os links não apareceram nos comentários, mas tenho aqui.

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  6. Sobre a metodologia, parece que nenhum dos 4 autores se aprofundou em explicar como funciona sua metodologia de pesquisa.
    Ricardo César fala que fará uma pesquisa-ação; e Helga de Paula apresenta na bibliografia um livro sobre métodos quantitativos e qualitativos.
    A explicação sobre a metodologia aparece de forma indireta, pois é uma explicação de como foi realizado o estudo, a escrita, quais as bases de cada investigação. Ricardo César fala ainda no diário de bordo; Denis Camargo fala sobre uma pesquisa híbrida e desterritorializada, análise de espetáculo e abordagens variadas, além de revisão teórica; Helga de Paula aborda a crítica a partir de olhares da sociologia, análise e apresenta a trajetória de seus estudos e teorias; Geraldo Martins Teixeira Junior explica seu foco em "materialidade dos espetáculos" e na música (e no gestus). Não consegui compreender claramente qual metodologia ele utilizou, observo um trabalho organizado quase que como um catálogo dividido em fases e estudos dos desenvolvimentos brechtianos dentro de uma espécie de linha do tempo. De todos, achei a tese mais complexa, até mesmo por se aprofundar em linguagem musical e análise de partituras.

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  7. No presente exercício pretendo dissertar sobre as teses Relações raciais, gênero e memória : a Trajetória de Ruth de Souza entre o Teatro Experimental do Negro e o Karamu House ( 1945-1952), defendida pelo prof. Dr. Julio Claudio da Silva pela Universidade Federal Fluminense em 2011, e respectivamente a tese Série de Estudos Cênicos sobre Poder e Espaço, de Nivalda Costa : Arquivo Hipertextual, Edição e Estudos critico- Filológico, defendia pela prof. Drª Débora de Souza da Universidade Federal da Bahia defendida em 2019. Para compor este exercício analítico acrescento o meu olhar sobre a dissertação Teatros Negros e suas Estéticas na Cena Teatral Brasileira da pesquisadora Mestre em Artes pela Universidade de Brasília em 2016, Cristiane Sobral Correa Jesus. A tríade de trabalhos acadêmicos escolhidos dialogam de forma direta com a meu projeto de doutorado Mulheres Negras na cena afrolatina : Uma trajetória sobre multiartistas por conta das abordagens metodológicas e dos aspectos históricos sociais , raça e gênero que atravessam o campo de estudo destes trabalhos. Além disso, as teses supracitadas se tornaram fontes de pesquisa principal para minha dissertação de mestrado Lúcia di Sanctis e Nivalda Costa : trajetórias de mulheres negras no teatro baiano de 1966-1979, e ainda se fazem presente na continuidade do meu projeto de doutorado.
    A tese do pesquisador Júlio Claudio da Silva recorta um contexto especifico da trajetória artística de Ruth de Souza entrelaçando esta com o Teatro Experimental do Negro e a formação profissional da artista nos Estados Unidos da América, período esse que também marca o afastamento de Ruth de Souza do TEN. O pesquisador parte da motivação de analisar as relações raciais e de gênero na trajetória da atriz Ruth de Souza tendo como plano de fundo o inicio de sua carreira em grupos e instituições, a exemplo do Karamu House, teatro escola norte americana, de grande pioneirismo no teatro negro. Entretanto, a metodologia utilizada pelo historiador visa cruzar depoimentos da atriz, com documentos do seu arquivo pessoal, e de outras fontes correlatas sobre o TEN. Júlio Claudio da Silva revela em sua pesquisa o processo de construção da memória da atriz e a intencionalidade metodológica do arquivamento de si mesma e do próprio Teatro Experimental do Negro. E por meio da analise desse cruzamento de fontes orais e escritas que o pesquisador revela dentro do contexto da memória individual de Ruth de Souza, e a memória coletiva registrada em documentos de seus arquivos, além de fontes históricas, como as questões de gênero de raça se presentificam na cena teatral negra brasileira.

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  8. A pesquisadora Débora de Souza afirma logo no princípio da sua tese Série de Estudos Cênicos sobre Poder e Espaço, de Nivalda Costa : Arquivo Hipertextual, Edição e Estudos critico- Filológico, que sua pesquisa é debruçada no âmbito da Filologia em diálogo com a Arquivística e com a Informática. Diante disso analisa ao mesmo tempo que formula e executa a criação de um acervo digital sobre as obras e documentos correlatos a Séria de Estudos Cênicos sobre Poder e Espaço da dramaturga e diretora Nivalda Costa.
    As materialidades que estruturam a pesquisa fazem parte do Arquivo Texto Teatrais Censurados vinculado do Arquivo Texto Teatrais Censurados vinculado ao Instituto de Letras da UFBA, e esse aspecto se faz importante neste trabalho Filológico por contar com tipologia de documentos de recortes de jornal do período tanto do acervo pessoal da autora, Nivalda Costa, quanto de acervos públicos da cidade de Salvador, além de documentação censória do Arquivo Nacional o que permite adentrar nos aspectos de produção, transmissão, circulação e recepção dos textos teatrais e seus respectivos espetáculos, tendo em vista seu contexto histórico de ditadura militar.
    Apesar de não adentrar em aspectos mais profundos sobre o teatro baiano e questões de gênero e raça que atravessam a narrativa pessoal e artistica de Nivalda Costa, a tese de Débora de Souza propôs a organização deste acervo digital que possibilitou o estudo sobre as obras da artista que desenvolvi no mestrado sobre a trajetória de mulheres negras no teatro baiano.
    O último trabalho acadêmico observador neste exercício é a dissertação da pesquisadora Teatros Negros e suas Estéticas na Cena Teatral Brasileira , Cristiane Sobral Correa Jesus (2016) que se propõe a reflexionar e registrar a trajetória tanto de artistas independentes como de grupos de teatro negro brasileiros, demarcando na cronologia histórica o período anterior e o que se sucede a fundação do Teatro Experimental do Negro em 1940 por Abdias Nascimento. A abordagem de sua pesquisa acadêmica visa mapear os aspectos estéticos, avanços, entraves e as estratégias resistências desses sujeitos e coletivos da pesquisa, com intuito seja de analisar os estereótipos raciais que demarcam a cena teatral brasileira em alguns períodos históricos seja em também observar a resistência na construção de outros imaginários e referenciais estéticos propostos pelo teatro negro no Brasil. Para além disso a pesquisadora Cristiane Sobra Correa Jesus revisita teoricamente as obras das autoras Miriam Mendes e Leda Maria Martins sobre o negro e o teatro negro na cena brasileira, expondo um o campo

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  9. estético deste teatro fundamentado em referenciais de matrizes africanas e afro-brasileiras, construindo a partir disso o caminho metodológico que abarca as estéticas negras em cena. Evidencia em sua escrita o trabalho desenvolvido, e demarcado no contexto histórico, de Benjamim Oliveira, Grande Othelo, A Companhia Negra de Revista, Mercedes Baptista, Mário Gusmão, Haroldo Costa, Teatro Folclórico Brasileiro, Teatro Experimental do Negro, Teatro Popular Brasileiro, além de analisar acontecimentos e registros do Fórum Nacional de Performance Negra e trabalhos da Cis de Arte Negra Cabeça Feita, Bando Teatro Olodum e Grupo Nata.
    As duas teses respectivamente de Júlio Claudio da Silva (2011) e Débora de Souza (2019) fogem do campo das Artes Cênicas ao mesmo tempo que ampliam os cruzamento com este, refletindo sobre o contexto histórico e social. Entretanto apenas a tese de Júlio Claudio da Silva , evidencia a questão de gênero intercruzada com as questões raciais no teatro. Enquanto que a tese de Débora de Souza a questão política e documental de censura e ditadura militar falam mais alto. A dissertação de Cristiane Sobral é imprescindível para se compreender de forma reflexiva a trajetória do teatro negro brasileiro e a contribuição estética e metodológica nas artes da cena. Entretanto não observa de forma aprofundada alguns contextos interssecionalizados que se materializam neste cenário, mesmo sem a intenção de pensar sobre eles, pois tais trajetórias revelam a discrepância da presença feminina em registro no teatro negro brasileiro.
    Diante desse panorama os trabalhos acadêmicos supracitados agregam de forma a referenciar questões históricas, sociais e culturais que atravessam inclusive a encruzilhada proposta em projeto de doutorado, analisando a trajetória artística observando o aspecto multiartista e contracultural compartilhado entre a singularidades das sujeitas da pesquisa Victória Santa Cruz (Peru), Lucia di Sanctis (Bahia) e Nivalda Costa (Bahia) em protagonismo nas artes da cena, observando os aspectos compartilhados de arquivamento e si mesmas como resistência contra hegemônica.


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  11. Universidade de Brasília – UNB
    Departamento de Artes Cênicas
    Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – PPGCEN
    Metodologia de pesquisa em Artes cênicas
    Aluna: Samantha Santos
    Mat.: 22/2101284
    Atividade 01: A partir dos mecanismos de busca indicados, realizar sua pesquisa de teses e dissertações. Após, fazer uma seleção de três que mais lhe interessam e destacar:
    De acordo com a solicitação realizada pelo professor Marcus Mota no tocante à identificação de 3 teses e dissertações que fossem relacionadas ao tema de pesquisa e que possuíssem um caráter norteador para o tema, realizei uma busca no repositório institucional da Universidade de Brasília (UnB). De maneira suscinta, meu projeto está relacionado à análise do Fundo de Apoio à Cultura do DF. O fundo contém documentos relacionados às prestações de contas dos projetos fomentados pelo programa e a intenção é compreender como se dá a gestão dessas informações e como são registradas. Nesse sentido, foram identificadas as seguintes produções pertinentes ao tema:
    1. Instrumentos e políticas públicas de cultura: o caso dos editais do fundo de apoio à cultura do distrito federal no período de 2011 a 2014.
    CARMO, Cleide Mara Vilela do. Instrumentos e políticas públicas de cultura: o caso dos editais do fundo de apoio à cultura do Distrito Federal no período de 2011 a 2014. 2016. 150 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sociedade e Cooperação Internacional)—Universidade de Brasília, Brasília, 2016.

    Escolhido incialmente por retratar, no âmbito legal, a aplicação das normas e diretrizes que circundam a produção dos editais de fomento. A importância de conhecer esses dados se dá pela necessidade de visualizar como o poder público lida com as necessidades culturais e como o direito constitucional de acesso à cultura é regido pelo estado.
    Para tal resultado, foi feito uma pesquisa documental, qualitativa, que objetivou: a) caracterizar a política pública de financiamento à cultura de Brasília; b) descrever o artefato jurídico de seleção de projetos previsto na Lei de Licitações, que carrega, portanto, um modo de olhar à cultura como um bem ou serviço cultural como qualquer outro e implica desigualdades na participação do certame; c) localizar a filosofia gerencial dos editais do FAC, voltados para o apoio de projetos culturais que estejam inseridos na lógica produção-circulação-consumo; e d) explicitar o modelo organizacional e hierárquico da formulação dos editais no período, notando, assim, a preponderância da Subsecretaria de Fomento nesses processos com pouco espaço de participação social.
    A bibliografia da dissertação é recheada de legislações e textos que fazem um relato da evolução política relacionada à cultura. Das produções relacionadas, as que mais me trouxeram importantes conceitos foram:
    BARBOSA, Frederico; FREITAS FILHO, Roberto. Financiamento Cultural: uma visão de
    princípios. Rio de Janeiro: Ipea, 2015.
    CULTURA DE CLASSE. História do FAC a partir das bases políticas da década de 80. Brasília, 09 jul. 2011. Disponível em: <http://www.culturadeclasse.com.br/2011/07/historia-
    do-fac-partir-das-bases.html
    LUZ, Afonso. Tendências recentes das políticas culturais no Brasil. In: LUSTOSA, Frederico
    (Org.). Política e gestão cultural: perspectivas Brasil e França. Salvador: EDUFBA, 2013.

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  12. 2. Mensuração de ativos culturais: uma aplicação do método do custo de viagem em bens públicos culturais do Distrito Federal
    MARQUES, Matheus de Mendonça. Mensuração de ativos culturais: uma aplicação do método do custo de viagem em bens públicos culturais do Distrito Federal. 2012. 126 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis)—Universidade de Brasília, Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (UnB/UFPB/UFRN), Brasília, 2012.

    No que se refere às prestações de contas, a contabilidade, área responsável pela normatização dos padrões de registros dessas informações, possui um conceito importante chamado ATIVOS CULTURAIS para definir os dados relativos à cultura que serão registrados nos relatórios financeiros. Apesar do conceito existir, há uma grande lacuna na conceituação do termo, visto que nem sempre a cultura é algo tangível e mensurável. Nesse sentido, o estudo faz uma aplicação de questionários que subsidiaram a segmentação de amostras para os atrativos culturais citados no texto. Assim obteve resultados quantitativos quanto ao impacto do uso de um método específico (custo de viagem) em cada tipo de ativo cultural.
    Além disso, nos casos em que o método não se aplica, o autor traz os questionamentos que circundam a área e as inquietações necessárias para gerar novos debates em relação ao tema. Dentre a bibliografia apresentada, me chamaram atenção as seguintes:
    BARTON, A. The conceptual arguments concerning accounting for public heritage assets: a note. Accounting, Auditing & Accountability Journal, v. 18, n.3, pp. 434-440, 2005.
    MICALEFF, F.; PEIRSON, G. Financial reporting of cultural, heritage, scientific and community collections. Australian Accounting Review, v. 7, n. 13, pp. 31-37, 1997.
    VALIATI, L. Valor, Espaço e Cultura: a dimensão não-quantitativa da valoração econômica na reabilitação dos centros urbanos. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) do programa de Mestrado em Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Brasil, Porto Alegre, 2009.

    3. Como nascem os editais: a interação dos campos do poder e do teatro na formulação dos instrumentos de fomento do fundo de apoio à cultura do distrito federal no período de 2011 a 2018.
    HERNANDES, Leonardo Silveira . Como nascem os editais: a interação dos campos do poder e do teatro na formulação dos instrumentos de fomento do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal no período de 2011 a 2018. 2020. 128 f., il. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional)—Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
    O trabalho realizou um levantamento da estrutura do fomento à arte e das estruturas de fomento do Brasil. A partir das mudanças realizadas na dotação orçamentária do FAC a partir de 2011, o governo se viu obrigado a aplicar mais recursos no campo do fomento a cultura e consequentemente teve um maior interesse nos artistas. O estudo buscou compreender conceitos de fomento e interesse público, além da análise do princípio da subsidiariedade para estabelecer os tipos de intervenção que o Estado contemporâneo realiza quando cria mecanismos de apoio à cultura.
    É uma pesquisa bibliométrica que obteve resultados qualitativos e que pôde identificar as lacunas legais e os tópicos que ainda precisam ser conceituados no que se refere à política cultura.
    Das bibliografias apresentadas, as seguintes podem ser boas fontes para minha pesquisa:
    JORNAL DO FÓRUM CULTURAL DO DF. Artistas querem diálogo para corrigir edital do FAC/2013. Brasília, 1° de abril de 2013. (Mimeo)
    COELHO, Teixeira. A cultura e seu contrário: cultura, arte e política pós-2001. São Paulo: Iluminuras: Itaú Cultural, 2008
    BOTELHO, Isaura. As dimensões da cultura e o lugar das políticas públicas. In: São Paulo, v. 15, n. 2, p. 73-83, abr./jun. 2001. Disponível em: <http://www.centrodametropole.org.br.

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