UNIVERSIDADE
DE BRASÍLIA
INSTITUTO
DE ARTES - IdA
DEPARTAMENTO
DE ARTES CÊNICAS
PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES CÊNICAS
Metodologia de Pesquisa
em Artes Cênicas
Professor: Marcus Mota
Mestranda: Thaís Cordeiro Puccinelli
Exercício 1: Análise de
dissertações
Como
parte da proposta metodológica da unidade curricular Metodologia de Pesquisa do
Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, foi proposto uma observação atenta
para com três dissertações de mestrado que dialoguem com a nossa área de
interesse. Nessa proposta me interessa olhar para os caminhos metodológicos e
referências bibliográficas dos autores selecionados, pois essas duas questões
me trazem inquietações no que tange as tomadas de decisões de meu processo de
pesquisa. Como ferramenta de busca, me debrucei sobre o repositório
Institucional da Universidade de Brasília (RIUnB), o qual pode ser acessado no
seguinte endereço eletrônico: https://repositorio.unb.br/
. Vale ressaltar que para resgatar as dissertações, busquei pelas seguintes
palavras-chave: Dança. Improvisação. Acessibilidade. Diversidade. Pessoa com
Deficiência. Abaixo, estabeleço uma organização visual da atividade em questão:
|
Universidade |
Dissertação |
Pesquisador |
Publicação |
Orientador |
Acesso |
|
UnB |
Meu
corpo, teu corpo e este outro: Visitando os Processos Criativos do Projeto
Pés |
Rafael
Tursi |
2014 |
Graça
Veloso |
https://repositorio.unb.br/handle/10482/17748 |
|
UnB |
Processos
composicionais de espetáculos com grupos mistocolaborativos |
Mônica
Gspar |
2020 |
https://repositorio.unb.br/handle/10482/40210 |
|
|
UnB |
Corpos que dançam na diversidade e na criação |
Alessandra
Terra |
2013 |
Dulce
Suassuna |
https://repositorio.unb.br/handle/10482/14742 |
MATSUTACKE, Rafael Augusto Tursi. Meu corpo, teu corpo e este outro: visitando os processos criativos do Projeto PÉS. 2014. 111, 14 f., il. Dissertação (Mestrado em Artes)—Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
O trabalho Meu Corpo, Teu Corpo e Este Outro,
orientado pelo Prof. Dr. Graça Veloso e desenvolvido pelo Pesquisador Rafael
Tursi, faz uma visita aos processos criativos em teatro-dança realizados pelo
Projeto PÉS, desde sua criação até o ano de 2014 quando a pesquisa foi
defendida. Hoje, o grupo se encontra com 11 anos de atividades em dança,
teatro, educação inclusiva e terreno fértil para pesquisas acadêmicas. Vale
ressaltar que após 8 anos de sua publicação, muito se transformou, inclusive,
deixando de ser “Projeto Pés” para assumir um lugar identitário de Companhia
artística, profissional no DF, PÉS Teatro-Dança com Pessoas com Deficiência. A
presente pesquisa foi escolhida, pois dialoga diretamente com o meu processo de
mestrado. Tursi é o idealizador, coordenador e diretor do PÉS, e nele me insiro
enquanto dançarina, pesquisadora e assistente de coordenação. Em sua pesquisa
de mestrado, o pesquisador reflete a criação de grupo com pessoas com
deficiências múltiplas, perpassa por caminhos pedagógicos, criativos e
resultado estético de dois espetáculos, sendo eles: Klepsydra e Grãos. Percebo
que se trata de uma escrita, apesar de sensível, bastante objetiva, com capítulos
curtos e potentes.
Direcionei minha atenção às referências bibliográficas,
devido as orientações do Professor Marcus Mota em sala de aula, assim, obtive o
seguinte levantamento quantitativo: Livro: 26; Dissertação: 1; Tese: 1; Artigo:
12; Decreto: 2; Espetáculos: 3; Documentário: 1; Diário de bordo: 1; Monografia:
2; TOTAL: 49.
Observei que o autor escolheu majoritariamente
livros para embasar a sua pesquisa, entendo que no ano de sua publicação, a
temática dança e deficiência ainda era pouco pesquisada e aprofundada
academicamente no Brasil, por isso a escolha por livros. No entanto, de 2015
para cá, demos um salto nessa temática, o que me faz priorizar as pesquisas desenvolvidas
academicamente por meus pares. Notei, também, que há pouca referência atual, de
acordo com o período de pesquisa, e pouca diversidade em pensamentos de dança e
movimento.
OLIVEIRA, Mônica Ferreira Gaspar de. Processos composicionais de espetáculos com grupos misto-colaborativos. 2020. 189 f., il. Dissertação (Mestrado em Artes Cênicas) — Universidade de Brasília, Brasília, 2020.
Mônica Gaspar, orientada pela Prof.ª Dr.ª Alice
Estefânia, mapeia e analisa processos composicionais e aspectos relativos à
direção cênica em dois espetáculos cujo elenco é composto por pessoas com e sem
deficiência. Os espetáculos são: O Improvável amor de Luh Malagueta e MC
limonada, dirigido por ela e Amplexos, realizado pelo PÉS Teatro-Dança com
Pessoas com Deficiência, dirigido por Rafael Tursi. As principais análises
contemplam: a composição dos espetáculos, a direção cênica, a construção
coletiva e colaborativa dos processos, em suas dimensões estética, teatral e
pedagógica. Para realizar sua pesquisa, Mônica se debruça em cartografias e
pesquisa-interação. Me chama muito a atenção o comprometimento e qualidade em
que a dissertação é organizada. Suas escolhas de referenciais são diversas e
atualizadas, dialoga com grandes e respeitados nomes, assim como com diversos
pesquisadores contemporâneos em formação. Percebo, e admiro, sua
responsabilidade ética com a produção de conhecimento acadêmico, visto que a dissertação
apresenta, também, o resultado da busca realizada, prioritariamente, no banco
de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior –
Capes, sobre as pesquisas que relacionam artes cênicas e deficiência no Brasil
e no exterior no período de 2015 a 2020 e exibe um levantamento, realizado
virtualmente, de grupos e artistas brasileiros que contemplam em seus elencos
pessoas com deficiência.
TERRA, Alessandra Matos. Corpos que dançam na diversidade e na
criação. 2013. 130 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) –
Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2013.
Alessandra Terra defendeu a sua dissertação em
2013, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Dulce Suassuna, pelo Programa de
Pós-Graduação em Educação Física.
Nesta pesquisa se propõe a analisar a dança contemporânea, formado por
pessoas com e sem deficiência, buscando identificar as possibilidades da dança
para expressão da diversidade de corpo e de práticas e, por consequência, a
construção de suas identidades sociais. Seus sujeitos de pesquisa foram os
dançarinos e dançarinas do PÉS Teatro-Dança e, embora sua metodologia não
estivesse diretamente apontada em sua introdução, havia uma diluição do seu
caminho percorrido, dessa forma, compreendi que se tratava de um estudo de caso,
utilizando como técnicas: entrevista semiestruturada, observação direta e
registro de vídeo. Tal dissertação foi a que mais se aproxima de me provoca
enquanto mestranda, uma vez que essa dialogue diretamente com os meus desejos
de pesquisa, me instiga e nutre a aprofundar na dança produzida pelo PÉS e como
essas danças contribuem na individualidade de cada corpo com deficiência.
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